domingo, 28 de agosto de 2011

1984 ( continuação )

Adélia e *Padron

                 1984 foi um ano de viagens!
                   Minha tia Vera (que era a minha companheira de viagens)e eu fomos para Mineapolis conhecer o Midwest aonde vi belos animais.Ficamos lá de 3 a 5 dias para irmos a Station I e Station II.
                   Num dos dias ,o David e o Bob nos levaram para um passeio de lancha com a turma deles.
                   Sim senhor,de lancha que respingava água em nossos cabelos que tínhamos levado horas para arrumar pois não tínhamos a mínima idéia que seria no meio de um rio ou lagoa e água para todos os lados!Como não sabíamos aonde jantaríamos fomos vestidas para" matar" em vez de tênis fomos de saltos altérrimos bem inapropriados para o passeio de lancha!Mas,no final das contas nos divertimos o lema era levar tudo na esportiva.
                   No passeio aprendi a comer MMs com amendoim salgado,uma delícia!
                   Como o jantar seria num restaurante a beira d'agua eu não fazia a menor idéia de que teria pela frente uma escada íngreme para chegar lá.No escuro ,na ida e na volta!Mas foi divertida a nossa aventura!
                   No dia seguinte revi todos os animais escolhidos.Filhas do Padron muito lindas que eu fazia minhas anotações para falar com o Nagib quando voltasse ao Brasil.E é claro,tiramos fotos com o patriarca que era realmente maravilhoso!
                   Depois do Midwest fomos ao Ansata que tinha animais estonteantes!!!
                    E a Judith nos levou by plane para conhecer dois animais lindos,o Limazar e o Shah El Shahir,oambos de descendencia de seu criatório.Voltarei a falar neles mais tarde.
                   Ambos com ótimas linhagens tanto paternas quanto maternas.
                   Gostei de ambos e resolvi reservá-los pois já tinha decidido comprá-los.
                    Qualquer visita ao Ansata e ter longas coversas com a Judith e com o Don era simplesmente maravilhoso em todos os sentidos.Viajar com ambos então,nem se fala! Ambos já tinham estado na Sta. Gertrudes e conheciam a nossa criação.E a Sta Gertrudes já possuia um Ansata, O Ansata Halim Bay que aindA CONTAREI A HISTÓRIA DELE QUE NINGUEM A NÃO SER MEU PAI ,a Judith,  o Don e tia Vera(que não prestava muita atenção nos cavalos )e eu , sabíamos dela.

domingo, 10 de julho de 2011

1984 - Parte 2 ( Afarim-NA)








Na foto : Afarim - NA



            O David voltou aos EUA e a vida na fazenda não parou e continuamos levando os animais 'as exposições.
            Ah,eu julguei Bragança Paulista na semana seguinte sem quaisquer dificuldades mesmo que minha única experiencia anterior fora a de ter julgado a Nacional como juiza aprendiz  ao lado de  Ray Sttaford qdo Morafic Wazan  foi o campeão.
           Sem dificuldades por fazer isso diariamente na Sta Gertrudes e por ser muito rígida lá.Mas falando em julgamento olhem a expressão do juiz na sequencia de fotos de qdo eu apresentava o Afarim NA para ele na exposição de Baurú quando o cavalo resolveu assim sem mais nem menos me atacar, justo no momento em que estava sendo julgado.
        Senti o olhar estranho dele e dei um passinho para o lado o que não me adiantou muito pois o cavalo me abraçou.E,além do abraço,  rolou-me por debaixo de seu corpo.
        Foi um momento de tensão e incredibilidade para os que assistiam ao julgamento e para mim especialmente.O primeiro a chegar até mim foi o JP Martins que deve ter pulado a cerca e veio em meu socorro rapidamente mas nem esperei que ele chegasse perto para ajudar-me a levantar pois sei que o fiz rapidinho sentindo um trec,trec,trec ao ficar de pé.
        Fomos em direção ao portão de saída e levada a um hospital aonde nem falei a ninguém que minhas costelas doíam só qdo eu respirava.
        Não voltei para São Paulo imediatamente pois no dia seguinte estava marcada uma visita ao Haras Morro Vermelho que eu não podia deixar de comparecer.
         Gente ,costelas quebradas doem muito!!!Aliás só doem quando se respira! Mas meu tormento só estava iniciando pois cada balanço do carro,cada buraquinho da estrada era uma tortura.
          Quando voltei para São Paulo fui 'a um médico que me radiografou e confirmou a suspeita de costelas quebradas e indicou não somente uma ou duas mas sete costelas quebradas.Comigo é assim mesmo!!Ele recomendou repouso absoluto pois nem faixa eu poderia usar!E havia o perigo de perfurar o pulmão.
          Pera aí!!! No domingo a tarde foi a visita ao Morro Vermelho e na segunda 'a Sta Gertrudes e eu aguentando as dores rigidamente!!Qdo o juiz de Baurú foi lá na fazenda nos visitar, ele me perguntou apreciando o Afarim  NA por que eu não tinha levado aquele cavalo para a exposição!
          P A R A  T U D O !!!
            O Q U Ê?!?! O juiz não havia reconhecido o cavalo que havia dado o espetáculo!!!
             Foi só então só na terça feira que consegui ir ao médiuco!
             C'est la vie!!!


 

sábado, 2 de julho de 2011

1984

Na foto : David Boggs e Adélia Audi

           1984 foi um ano diferente!
            Meu pai chamou realmente o rapaz louro da capa da revista.
            Quando ele chegou na fazenda eu estava treinando cavalos no picadeiro fechado ao som de Lionel Richie,All night long ,pois eu sempre colocava um som para treinar com a turma de exposição. Eu tinha pedido para trazerem alguns dos filhos de Manzo que estávamos levando 'as exposições eram eles: Dims NA,Dijleh NA,Drussilla NA,Bahriy NA e Bint Binni NA só para mencionar alguns.
             E, apresentar para mim ,na época ,era um exercício digno do Cirque du Soleil pois curvava-se o corpo para trás fazendo-se um arco quase que impossível. Eu vira como se fazia nos leilões da Fazenda Fortaleza quando o Alouisio Faria trazia um apresentador americano ,Johnny Downing para mostrar os animais do evento e eu simplesmente copiara.
Devo até ter fotos!!!
            Bom, o ambiente estava preparado quando meu pai, o David e o Terry entraram no picadeiro que era grande e muito bonito com janelões de vidro em ambos os lados e uma profusão de plantas tanto no lado de dentro como no de fora. Não existia o deque ainda com mesas e cadeiras mas havia uma muretinha e a cerca interna. Havia também um escritório, com banheiro e cozinha e um segundo andar. Se não estou enganada o picadeiro tinha 80m por 30m.
           Eles vieram ao meu encontro e ficaram olhando os animais e Lionel Richie como som ambiente.
            Fomos apresentados e os dois pareceram apreciar o que estavam vendo.
            O Terry pegou suavemente no cabo do cabresto de Dims NA e DELICADAMENTE mostrou-me como se fazia realmente. E assim com todos os outros consequentemente.
            Depois cada um deles foi solto para apreciarem a presença e movimentação de cada um deles.
             Então o Manzo subiu e foi solto assim como Serag,Beaujolais,Ansata Halim Bay.
              Depois da apresentação fomos para a sede para que eles descansassem depois da longa viagem.
              Ah, esqueci de contar que ambos ficaram detidos na alfandega pois não tinham o visto para entrarem no país e ficaram na sala da polícia federal mas depois de um bom trabalho meu pai conseguiu libera-los. Que início, hein?
             Mas antes do descanso meu pai fez questão de mostrar o pomar aonde o David quis conhecer uma bananeira.
             No jantar, estávamos meu pai minha mãe ,minha tia Vera com quem eu fazia todas as viagens ao exterior e eu.
             Acabado o jantar ficamos ao redor da mesa conversando sobre o que se foi visto naquele dia. Fomos tomar o cafezinho no terraço aonde eu fiquei na rede e eles nas poltronas embaixo de 700 samambaias penduradas por todo o terraço.
             Conversamos mais um pouco e eles subiram para poder dormir e descansar do longo dia.
             Na manhã seguinte fomos 'as cocheiras novamente para eu mostrar mais filhos do Manzo e potros ao pé Depois ao pasto.
              De volta 'a sede eu já estava esperando-os na rede  no terraço e estava com meu
namorado ao telefone num sem fio, quando os dois já muito a vontade sacudiram minha rede e puxaram o telefone da minha mão. Eles já estavam bem a vontade conosco principalmente comigo. Acho que a simpatia e empatia foram mútuas.
              Ficou combinado de eu viajar 'a Minnesota e depois desta visita eles voltarem 'a fazenda para fazer fotos do que eles tinham gostado e do que não tinham visto.
              Na semana seguinte eu tinha uma exposição em Bragança Paulista para julgar e comentei com o David que me falou que eu estava preparada o bastante para fazê-lo.
             Nesse segundo dia eles pediram para visitar o Polé que tinha um filho do Padron.
o Lyphard. E assim foi feito. Só não lembro como eles foram para lá se de helicóptero ou carro.
             E assim ficou a primeira visita do David e Terry 'a fazenda e o início de uma amizade gostosa.

domingo, 26 de junho de 2011

Manzo ( parte 1 )


         Eu conheci Manzo em 1976 poucos meses após sua chegada ao Brasil quando, junto com meu pai , fui olhar o plantel do então criador na época Antonio Afonso Archilla Galan.
           Quando o vi falei comigo mesma"olha o teu cavalo vermelho zolhudo Adélia".
         Depois de vermos todo o plantel,  meu pai perguntou-me o que eu achara e disse a ele para ir em frente e adquirir todo o plantel que também tinha éguas interessantes e bonitas.
        Digo que sou suspeita para falar de Manzo pois eu o amava muito e amava a maneira que ele reproduzia.
           No início da década de 80 a monta era natural pois não havia inseminação artificial e muito menos envio de semen.Era impressionante a prepotência dele como reprodutor e eu tinha absoluta certeza da qualidade de seus produtos.
         Era o M E U cavalo vermelho!     
         Era manso de sela e eu adorava montá-lo  quase todos os dias.
           Quando Manzo começou a cobrir a grande maioria das éguas da fazenda Sta Gertrudes, deixei de monta-lo pois ambos ficamos ocupadíssimos, pois em 1984 eu ia a todas as exposições possíveis acompanhando os seus filhos e apresentando-os.
            Ele ganhou inúmeras vezes progênie de pai.
            Em 84 mesmo com a certeza da qualidade de seus filhos falei a meu pai que já era hora de chamar um apresentador americano que eu vira na capa de uma revista Arabian Horse Times .Meu pai perguntou-me se eu tinha certeza  daquilo. Respondi positivamente e foi assim que entramos em contato com David Boggs e o chamamos para vir 'a fazenda.
           Nesse mesmo ano Manzo foi escolhido como o cavalo do ano pela revista Hippus.
           Ele foi considerado genearca da criação brasileira com 204 produtos nascidos na Faz.Sta Gertrudes. Sua prepotência dava um resultado homogêneo tanto na melhora individual como na qualidade.

domingo, 12 de junho de 2011

Aquisições


Na foto : *Manzo


Meu pai começou a procurar para comprar éguas árabes puras por todos os cantos, machos também em menor escala e resolveu comprar éguas PSI para fazer o anglo árabe no intuito de fomentar a raça.
               Íamos aos leilões AF Fortaleza aonde ele adquiriu AF Sônia, AF Sonora ,AF Taipa, eram potras, e em uma outra vez AF Bossa Nova(minha preferida). Ao leilão da ABCCA aonde ele comprou An Mona uma filha de An Malik.
               A intenção dele era ter uma quantidade de éguas para que ele pudesse fomentar a raça através do puro, anglo árabe ,e meio sangue para a melhoria do rebanho de cavalos .Comprou dois machos do criador Tony Pereira de origem portuguesa para o anglo árabe pois os dois eram de estaturas maiores e de ótima conformação para o anglo árabe, cruzamento que deu muito certo para salto como o Bawani NA do Doda Miranda que foi ovacionado em pé na Alemanha.
                Mas um dia ele me chamou para irmos ver o plantel do Antônio Afonso Archila Galan para dar minha opinião sobre o mesmo. Foi quando eu conheci e caí de amores por um cavalo vermelho ,o MANZO ,mais adiante falarei dele. Vimos as éguas e ele decidiu comprar o plantel todo.
                O intuito dele era chegar a ter 100 éguas em reprodução .Foi a Esteio ,se não me engano, onde ele comprou dois garanhões ,FHF Beaujolais um querido de cabeça maravilhosa, linhagem Gainey,e Kesmit um animal mais atlético mas cabeçudo e 2 éguas, Haliya e Benid.
               Comigo a frente da criação ele deixou-me escolher os cruzamentos o que eu dei graças a Deus pois ele vinha fazendo inbreedings de Albarud que eu achava, na minha modesta opinião,  que os resultados não eram bons para todas as éguas. 
            Na continuação falarei dos anglos ,do meu amado Manzo e do meu querido Beaujolais.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fazenda Santa Gertrudes ( parte 2 )

           Decidi, depois de terminar o colegial, ficar na fazenda com minhas cabras,carneiros deslanados e meu pangaré que eu amava chamado Cacau.Na época o cavalo árabe era tão raro que não se cogitava em castrar, nem ao menos um meio sangue pois inteiro ele serviria para a melhoria de éguas sem raça definida resumindo,éguas pangarés.
          Eu adorava minha vida na fazenda pois pescava com os colonos,dava cada susto nos empregados tanto da sede quanto os da fazenda e assombrava-os da maneira como eu podia, era a própria "tomboy".
          E,como eu tinha o dia inteiro só para mim,vivia de pele super dourada de tanto tomar sol.
          Um dia ,estava na piscina quando vi um animal branco sendo rodado na guia. Na época gente,não era costume fazer isso.
Subi para ver o que estava acontecendo e me falaram que a égua Malake NA estava com cólica como tudo dependia do veterinário,tive que ir até Itatiba para telefonar para ele e pedir orientação.O Dr. Tioca me falou que eu deveria dar 30ml de novalgina na veia dela que ele já estava a caminho.
          Eu, aplicar injeção na veia ?!Eu não tinha idéia de como fazê-lo,mas como ela dependia daquilo para melhorar,fiz como me foi explicado.Quando ele chegou a égua estava bem melhor daí o Dr. Tioca disse-me que ela tinha tido apenas um desconforto e que eu tinha agido certo.
          Foi assim que começou a história da Adélia como responsável pela criação do Nagib Audi.
          Um outro episódio:
          -Uma égua estava encocheirada rodando na baia e cavucando o chão preparando-se para parir durante o dia. Quando eu vi ,gritei que precisava de água quente e toalhas (eu via em filmes quando uma mulher estava dando a luz que o médico ou parteira sempre pediam isso). Eu nunca nem tinha visto um parto de uma égua e imagine como fiquei. O administrador foi chamar o vaqueiro,o Baiano,que tinha anos luz de ver partos de vacas e se preciso ajudava-as. Gente, eu nunca tinha visto nem uma vaca parindo quanto mais uma égua. Só cabras ,carneiros e cadelas!
         Este foi o primeiro de dezenas de partos que assisti e quando necessário ajudei. Mais tarde a assistência a partos foi ficando mais sofisticada (não sei se é a palavra certa), com teste de isoelitrólise, a primeira mamada enfim uma série de procedimentos que se tornariam necessários.
        A partir daí meu pai quase parou de tentar arrumar pretendentes para mim e me deixou quieta e feliz e em paz na fazenda para tomar conta da criação.
          Eu só não poderia assistir a coberturas! Pré-histórico,não é?
          Mas com o tempo se passando e eu ficando melhor na posição que ele me dera, as coisas viraram! Ele espantava quaisquer pretendentes,como se isso fosse necessário ...  já que eu tinha um arrepio na espinha quando se tratava de algum outro compromisso que não fossem os cavalos !

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fazenda Santa Gertrudes


Durante um bom tempo eu só ia 'a fazenda de vez em quando e eu ficava na casinha ao lado da sede aonde o administrador,Dr. Brasil morava com a esposa pois a casa principal estava sendo arrumada.E,a fazenda desbravada por tratores,esteira,plaina enfim,muito trabalho e movimento.
              As primeiras cocheiras eram de madeira e ficavam ao lado da pocilga num patamar abaixo da sede e do terreiro de secar café, que ficava em frente à casa,enquanto o terreno para as novas baias era preparado com a maquinaria pesada.
             Só sei que durante um bom tempo ir para a Sta Gertrudes era uma aventura pois na época das chuvas um trator ia nos esperar na beira do asfalto pois transitar na estradinha de terra sem o trator rebocando o carro era praticamente impossível.
             Bem, tem um período que não consigo me lembrar até os dois pavilhões de cocheiras ficarem prontos e sendo usados.Lembro-me sim de ir nos finais de semana,todos eles, para lá com uma turma de amigas do ginásio e mais tarde do colegial. Era a época em que eu criava cabras leiteiras e ovelhas deslanadas e eu fazia grande sucesso com meu criatório.Vendia cabritos para o corte e queijo de cabra que eu mesma fazia para o Sta Luzia ,um supermercado bem famoso da época.
             Teve um ano, acho que no segundo colegial, que decidi passar um mês inteiro na fazenda em plena época de aulas, pois eu adorava o lugar e os animais que eu tinha.
              Espera um pouco,não eram os cavalos não,  a não ser meu pangaré chamado Cacau.
              Como não tinha telefone(????!!!!????)e a família ainda não ia assiduamente para lá,fiquei do jeito que o diabo gosta tomando sol,passeando a cavalo, pescando,andando de carrete com o Manolo(outro punga) mas soube, e não me lembro como,  que eu tinha ficado de segunda época em três matérias: matematica,física e história.No colégio, para todos os efeitos,  eu estava "doente" e chegar vendendo saúde e bronzeada não colou nadinha!!
                Passei de ano mas ser flagrada na minha malandragenzinha não teve graça. Ah,detalhe,eu estudava em colégio de freiras.!!!!Na época o Nagib como bom descendente de libanês achava que mulher era feita para casar assim que terminasse o colegial.
            Faculdade?Nem pensar.
            E,para mim,vamos combinar,c a s a m e n to ?????????????? QUE HORROR e MEDIEVAL!!
             Mas,cotinuo num próximo capítulo o desenrolar da história.