domingo, 26 de junho de 2011

Manzo ( parte 1 )


         Eu conheci Manzo em 1976 poucos meses após sua chegada ao Brasil quando, junto com meu pai , fui olhar o plantel do então criador na época Antonio Afonso Archilla Galan.
           Quando o vi falei comigo mesma"olha o teu cavalo vermelho zolhudo Adélia".
         Depois de vermos todo o plantel,  meu pai perguntou-me o que eu achara e disse a ele para ir em frente e adquirir todo o plantel que também tinha éguas interessantes e bonitas.
        Digo que sou suspeita para falar de Manzo pois eu o amava muito e amava a maneira que ele reproduzia.
           No início da década de 80 a monta era natural pois não havia inseminação artificial e muito menos envio de semen.Era impressionante a prepotência dele como reprodutor e eu tinha absoluta certeza da qualidade de seus produtos.
         Era o M E U cavalo vermelho!     
         Era manso de sela e eu adorava montá-lo  quase todos os dias.
           Quando Manzo começou a cobrir a grande maioria das éguas da fazenda Sta Gertrudes, deixei de monta-lo pois ambos ficamos ocupadíssimos, pois em 1984 eu ia a todas as exposições possíveis acompanhando os seus filhos e apresentando-os.
            Ele ganhou inúmeras vezes progênie de pai.
            Em 84 mesmo com a certeza da qualidade de seus filhos falei a meu pai que já era hora de chamar um apresentador americano que eu vira na capa de uma revista Arabian Horse Times .Meu pai perguntou-me se eu tinha certeza  daquilo. Respondi positivamente e foi assim que entramos em contato com David Boggs e o chamamos para vir 'a fazenda.
           Nesse mesmo ano Manzo foi escolhido como o cavalo do ano pela revista Hippus.
           Ele foi considerado genearca da criação brasileira com 204 produtos nascidos na Faz.Sta Gertrudes. Sua prepotência dava um resultado homogêneo tanto na melhora individual como na qualidade.

domingo, 12 de junho de 2011

Aquisições


Na foto : *Manzo


Meu pai começou a procurar para comprar éguas árabes puras por todos os cantos, machos também em menor escala e resolveu comprar éguas PSI para fazer o anglo árabe no intuito de fomentar a raça.
               Íamos aos leilões AF Fortaleza aonde ele adquiriu AF Sônia, AF Sonora ,AF Taipa, eram potras, e em uma outra vez AF Bossa Nova(minha preferida). Ao leilão da ABCCA aonde ele comprou An Mona uma filha de An Malik.
               A intenção dele era ter uma quantidade de éguas para que ele pudesse fomentar a raça através do puro, anglo árabe ,e meio sangue para a melhoria do rebanho de cavalos .Comprou dois machos do criador Tony Pereira de origem portuguesa para o anglo árabe pois os dois eram de estaturas maiores e de ótima conformação para o anglo árabe, cruzamento que deu muito certo para salto como o Bawani NA do Doda Miranda que foi ovacionado em pé na Alemanha.
                Mas um dia ele me chamou para irmos ver o plantel do Antônio Afonso Archila Galan para dar minha opinião sobre o mesmo. Foi quando eu conheci e caí de amores por um cavalo vermelho ,o MANZO ,mais adiante falarei dele. Vimos as éguas e ele decidiu comprar o plantel todo.
                O intuito dele era chegar a ter 100 éguas em reprodução .Foi a Esteio ,se não me engano, onde ele comprou dois garanhões ,FHF Beaujolais um querido de cabeça maravilhosa, linhagem Gainey,e Kesmit um animal mais atlético mas cabeçudo e 2 éguas, Haliya e Benid.
               Comigo a frente da criação ele deixou-me escolher os cruzamentos o que eu dei graças a Deus pois ele vinha fazendo inbreedings de Albarud que eu achava, na minha modesta opinião,  que os resultados não eram bons para todas as éguas. 
            Na continuação falarei dos anglos ,do meu amado Manzo e do meu querido Beaujolais.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fazenda Santa Gertrudes ( parte 2 )

           Decidi, depois de terminar o colegial, ficar na fazenda com minhas cabras,carneiros deslanados e meu pangaré que eu amava chamado Cacau.Na época o cavalo árabe era tão raro que não se cogitava em castrar, nem ao menos um meio sangue pois inteiro ele serviria para a melhoria de éguas sem raça definida resumindo,éguas pangarés.
          Eu adorava minha vida na fazenda pois pescava com os colonos,dava cada susto nos empregados tanto da sede quanto os da fazenda e assombrava-os da maneira como eu podia, era a própria "tomboy".
          E,como eu tinha o dia inteiro só para mim,vivia de pele super dourada de tanto tomar sol.
          Um dia ,estava na piscina quando vi um animal branco sendo rodado na guia. Na época gente,não era costume fazer isso.
Subi para ver o que estava acontecendo e me falaram que a égua Malake NA estava com cólica como tudo dependia do veterinário,tive que ir até Itatiba para telefonar para ele e pedir orientação.O Dr. Tioca me falou que eu deveria dar 30ml de novalgina na veia dela que ele já estava a caminho.
          Eu, aplicar injeção na veia ?!Eu não tinha idéia de como fazê-lo,mas como ela dependia daquilo para melhorar,fiz como me foi explicado.Quando ele chegou a égua estava bem melhor daí o Dr. Tioca disse-me que ela tinha tido apenas um desconforto e que eu tinha agido certo.
          Foi assim que começou a história da Adélia como responsável pela criação do Nagib Audi.
          Um outro episódio:
          -Uma égua estava encocheirada rodando na baia e cavucando o chão preparando-se para parir durante o dia. Quando eu vi ,gritei que precisava de água quente e toalhas (eu via em filmes quando uma mulher estava dando a luz que o médico ou parteira sempre pediam isso). Eu nunca nem tinha visto um parto de uma égua e imagine como fiquei. O administrador foi chamar o vaqueiro,o Baiano,que tinha anos luz de ver partos de vacas e se preciso ajudava-as. Gente, eu nunca tinha visto nem uma vaca parindo quanto mais uma égua. Só cabras ,carneiros e cadelas!
         Este foi o primeiro de dezenas de partos que assisti e quando necessário ajudei. Mais tarde a assistência a partos foi ficando mais sofisticada (não sei se é a palavra certa), com teste de isoelitrólise, a primeira mamada enfim uma série de procedimentos que se tornariam necessários.
        A partir daí meu pai quase parou de tentar arrumar pretendentes para mim e me deixou quieta e feliz e em paz na fazenda para tomar conta da criação.
          Eu só não poderia assistir a coberturas! Pré-histórico,não é?
          Mas com o tempo se passando e eu ficando melhor na posição que ele me dera, as coisas viraram! Ele espantava quaisquer pretendentes,como se isso fosse necessário ...  já que eu tinha um arrepio na espinha quando se tratava de algum outro compromisso que não fossem os cavalos !

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fazenda Santa Gertrudes


Durante um bom tempo eu só ia 'a fazenda de vez em quando e eu ficava na casinha ao lado da sede aonde o administrador,Dr. Brasil morava com a esposa pois a casa principal estava sendo arrumada.E,a fazenda desbravada por tratores,esteira,plaina enfim,muito trabalho e movimento.
              As primeiras cocheiras eram de madeira e ficavam ao lado da pocilga num patamar abaixo da sede e do terreiro de secar café, que ficava em frente à casa,enquanto o terreno para as novas baias era preparado com a maquinaria pesada.
             Só sei que durante um bom tempo ir para a Sta Gertrudes era uma aventura pois na época das chuvas um trator ia nos esperar na beira do asfalto pois transitar na estradinha de terra sem o trator rebocando o carro era praticamente impossível.
             Bem, tem um período que não consigo me lembrar até os dois pavilhões de cocheiras ficarem prontos e sendo usados.Lembro-me sim de ir nos finais de semana,todos eles, para lá com uma turma de amigas do ginásio e mais tarde do colegial. Era a época em que eu criava cabras leiteiras e ovelhas deslanadas e eu fazia grande sucesso com meu criatório.Vendia cabritos para o corte e queijo de cabra que eu mesma fazia para o Sta Luzia ,um supermercado bem famoso da época.
             Teve um ano, acho que no segundo colegial, que decidi passar um mês inteiro na fazenda em plena época de aulas, pois eu adorava o lugar e os animais que eu tinha.
              Espera um pouco,não eram os cavalos não,  a não ser meu pangaré chamado Cacau.
              Como não tinha telefone(????!!!!????)e a família ainda não ia assiduamente para lá,fiquei do jeito que o diabo gosta tomando sol,passeando a cavalo, pescando,andando de carrete com o Manolo(outro punga) mas soube, e não me lembro como,  que eu tinha ficado de segunda época em três matérias: matematica,física e história.No colégio, para todos os efeitos,  eu estava "doente" e chegar vendendo saúde e bronzeada não colou nadinha!!
                Passei de ano mas ser flagrada na minha malandragenzinha não teve graça. Ah,detalhe,eu estudava em colégio de freiras.!!!!Na época o Nagib como bom descendente de libanês achava que mulher era feita para casar assim que terminasse o colegial.
            Faculdade?Nem pensar.
            E,para mim,vamos combinar,c a s a m e n to ?????????????? QUE HORROR e MEDIEVAL!!
             Mas,cotinuo num próximo capítulo o desenrolar da história.